A filosofia Ubuntu oferece um refúgio de conexão humana, compaixão e comunidade.
Originário do kibundu, não tem tradução exata para o português, mas expressa a ideia de interconexão entre as existências.
Contrasta com a visão autocentrada do Iluminismo, destacada por Freud, ao sugerir que a condição humana é coletiva.
Essa filosofia se manifesta de forma vibrante em diversas culturas africanas, incluindo o Brasil. As rodas de capoeira e samba, por exemplo, são exemplos poderosos da interação, igualdade e colaboração que caracterizam o Ubuntu.
Nesses círculos, os participantes se conectam em uma experiência compartilhada de música, movimento e ancestralidade, celebrando a sua humanidade em conjunto.
Na tentativa da tradução para o português, ubuntu seria “humanidade para com os outros”. Uma pessoa com ubuntu tem consciência de que é afetada quando seus semelhantes são diminuídos, oprimidos.
Essa crença profunda na interdependência humana nos convida a reconhecer nossa humanidade compartilhada e a agir com o bem-estar do outro em mente.
Uma sociedade sustentada pelos pilares do respeito e da solidariedade faz parte da essência de Ubuntu, filosofia africana que trata da importância das alianças e do relacionamento das pessoas, umas com as outras.
“É a essência do ser humano. Ele fala do fato de que minha humanidade está presa e está indissoluvelmente ligada à sua. Eu sou humano porque eu pertenço. Ele fala sobre a totalidade, sobre a compaixão. Uma pessoa com Ubuntu é acolhedora, hospitaleira, generosa, disposta a compartilhar. A qualidade do Ubuntu dá às pessoas a resiliência, permitindo-as sobreviver e emergir humanas, apesar de todos os esforços para desumaniza-las”. -(Desmond Tutu, prêmio Nobel da paz de 1984).
A filosofia Ubuntu se opõe veementemente a qualquer tipo de discriminação, seja por gênero, raça, orientação sexual ou religião. Essa filosofia reconhece a riqueza e a diversidade da humanidade, valorizando a individualidade e a particularidade de cada pessoa.
Família Alargada:
O Ubuntu propõe a construção de uma "família alargada", onde todos se sentem acolhidos e apoiados. Essa comunidade ampliada se baseia na ajuda mútua e na solidariedade, buscando sanar o sofrimento alheio e promover o bem-estar coletivo.
Ubuntu e a Sociedade Competitiva:
Em contraste com a sociedade competitiva moderna, que valoriza o sucesso individual e a vitória sobre o outro, o Ubuntu propõe um modelo social mais humano e colaborativo. Essa filosofia reconhece que a cooperação e a ajuda mútua são essenciais para o bem-estar individual e coletivo.
Ubuntu e o Desafio do Racismo no Brasil:
No contexto brasileiro, marcado por uma história de racismo e exclusão social, o Ubuntu se apresenta como um poderoso instrumento de transformação. Essa filosofia pode desafiar as estruturas racistas e promover a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde a humanidade de todos seja reconhecida e valorizada.
Essa filosofia nos convida a repensar a nossa relação com o próximo e com o mundo ao nosso redor. Ao reconhecermos a nossa interdependência humana e agirmos com compaixão, empatia e solidariedade, podemos construir um futuro mais justo, próspero e harmonioso para todos.
A filosofia Ubuntu une a comunidade na prática: ofereça um Chá
e celebre a humanidade como coletivo.
Comments